The Subtle Art of Not Giving a F*ck - Mark Manson

4:57 da tarde

Livros de Auto-Ajuda. Há quem os deteste, há quem adore e há aqueles que como eu nunca leu nenhum até ao fim mas não tem nada contra quem lê. Venho com esta publicação pedir-vos que não gastem o vosso dinheiro e tempo com este livro em concreto. Sim, eu sei, ele está no TOP de todas as livrarias, foi mesmo por isso que peguei nele. Durante muito tempo, sempre que entrava na FNAC, lá estava ele, na sua capa cor-de-laranja BERRANTE, entre os 5 mais vendidos no País.

"Deve ser bom." 

Certo? E com um título tão "in your face", deve ter algo de diferente que os outros não têm. Errado.

You and everyone you know are going to be dead soon. And in the short amount of time between here and there, you have a limited amount of fucks to give. Very few, in fact. And if you go around giving a fuck about everything and everyone without conscious thought or choice—well, then you’re going to get fucked.

Gostei do inicio do livro. Mark Manson tem razão quando diz que hoje em dia temos tendência a dar importância a tudo o que nos aparece online e a estarmos ligados 24 horas por dia, mas a verdade é que como seres humanos com sentimentos e necessidades temos que aprender a desvalorizar parte do que se passa neste mundo virtual e a concentrar-nos no que realmente importa. Nada contra, pelo contrário.  

Mas isto, caros, é um parágrafo. É a introdução do livro. O que se segue é uma quantidade de capítulos cheios das mesmas outras ideias que nos aparecem em outros livros de auto-ajuda, mas carregado de metáforas sarcásticas e adjectivadas por palavrões e outras expressões ordinárias que nem um sorriso me foram capazes de roubar. 

Os exemplos que nos são apresentados ao longo do livro são simplesmente fracos e para qualquer pessoa com cinco tostões de cérebro, é perceptível que Manson didn't give a f*ck para escrever algo que prestasse. Como por exemplo, as pessoas encontrarem consolo nas coisas mais triviais do dia-a-dia porque estão aborrecidas. É o caso da velhota que passa os dias a juntar cupões de desconto para usar no supermercado. Manson descreve-a como alguém que sofre de tédio crónico e não tem mais nada de interessante para fazer. Não é posto em cima da mesa a hipótese da reforma dela não ser suficiente para a sustentar e comprar medicação, daí os cupões lhe serem preciosos. Não, é apenas alguém que não tem com o que ocupar o dia, de acordo com este autor (de caca, leia-se). A vida afinal é tão simples, não é?

Há um capítulo que me chocou particularmente: You're Wrong About Everything (But So Am I). Manson usa o caso de Meredith Maran como exemplo de que todas as crenças estão erradas, mas algumas são menos erradas do que outras e de que devemos ter cuidado com aquilo em que acreditamos. Na minha opinião, Manson distorce o caso de Maran para afirmar que devido a terapias mal aplicadas e graças à existência do fenómeno da Memória Falsa várias pessoas (especialmente homens) foram indevidamente presas por abuso sexual e que provavelmente muitos estariam inocentes, fazendo de Maran um pequeno gremlin assustador e pondo em causa todas as vítimas de abuso sexual. Shame on you, Mr. Manson.

Isto, amigas e amigos, é Bullshit.

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