I am right not to settle.

Lembro-me de ter adorado o filme e de gravar o livro na minha lista mental de leituras obrigatórias. Mas precisava de tempo. Tempo, para esquecer detalhes que me pudessem intimidar a leitura. Então deixei passar uns quantos anos, como é possível perceber:o livro foi lançado em 2012, o filme saiu em 2014 e aqui estou em no final de 2017 a dar-lhe a atenção merecida. 

Li o Gone Girl nos intervalos dos meus turnos. Quando fazia manhãs, era antes de me deitar que o lia; quando fazia tardes, passava as manhãs na cama com uma caneca de chá e com o livro em mãos.

Friends see most of each other’s flaws. Spouses see every awful last bit.

Apaixonei-me pela escrita da Gillian Flynn e, talvez esteja a ficar velha, tudo na minha cabeça fez sentido no que toca ao assumir de uma relação com alguém, o compartilhar do espaço e o facto de a vida não ser um conto de fadas e de haver sempre uma situação (ou várias) que levam a que aquela magia da paixão dos primeiros anos se perca. A análise da vida a dois, do que é verdadeiramente o amor e de como várias vezes, temos uma personalidade que mostramos ao mundo, especialmente a quem queremos impressionar, e quando a magia da paixão desaparece, essa personalidade também se desvanece. 

It’s a very difficult era in which to be a person, just a real, actual person, instead of a collection of personality traits selected from an endless Automat of characters.

A construção de ambas as personagens é tão complexa e isso é algo que costumo e achar difícil de encontrar em livros deste género. De certa forma, todas nós procuramos um Nick Dunne e, digam o que disserem, qual é o homem que não deseja ter uma Amy Elliott na sua vida. Por fora, claro está. Porque depois dos mesmos despirem as camadas que com que criaram estas personalidades desejadas, surgem então dois humanos, com defeitos e falhas como qualquer um de nós. E não é isso que torna a o amor o maior desafio que podemos encontrar nesta vida?

Frase favorita:

And the Cool Girls are even more pathetic: They’re not even pretending to be the woman they want to be, they’re pretending to be the woman a man wants them to be. Oh, and if you’re not a Cool Girl, I beg you not to believe that your man doesn’t want the Cool Girl. It may be a slightly different version – maybe he’s a vegetarian, so Cool Girl loves seitan and is great with dogs; or maybe he’s a hipster artist, so Cool Girl is a tattooed, bespectacled nerd who loves comics. There are variations to the window dressing, but believe me, he wants Cool Girl, who is basically the girl who likes every fucking thing he likes and doesn’t ever complain. (How do you know you’re not Cool Girl? Because he says things like: “I like strong women.” If he says that to you, he will at some point fuck someone else. Because “I like strong women” is code for “I hate strong women."

 Boas Leituras!