You - A Saga - Caroline Kepnes

6:32 da tarde

 The problem with books is that they end. They seduce you. They spread their legs to you and pull you inside. And you go deep and leave your possessions and your ties to the world at the door and you like it inside and you don't want for your possessions or your ties and then, the book evaporates.


If people could handle their self-loathing, customer service would be smoother.

Tu - A Saga. Esta leitura chegou até mim do avesso. Isto porque apenas li o primeiro livro da saga depois de ver a primeira temporada da série. Quando a série saiu, um colega de trabalho perguntou-me como é que ainda não tinha conhecimento da existência da mesma quando sou uma leitora compulsiva. Eu própria fiquei abismada após o primeiro episódio e, como devem calcular, devorei a série num fim de semana. Não é que me orgulhe de passar tanto tempo em frente a um ecrã, mas com toda a honestidade, não me arrependo. De seguida peguei no livro e desde então que sigo tanto a saga literária como a série da Netflix e, embora haja diferenças entre ambas, como é costume, aconselho-as de igual forma. 

Até ao momento existem três livros, duas temporadas da série e uma multidão de leitores devotos. No meu caso? You conquistou-me. Hidden Bodies desiludiu-me, mas You Love Me trouxe de volta a esperança de que a história de Joe Goldberg vale a pena acompanhar. 

 We all get our hearts broken. We get fucked up and throw up and we cry and listen to sad songs and say we’re never doing that again. But to be alive is to do it again. To love is to risk everything.

 
The real horror of my life is not that I’ve killed some terrible people. The real horror is that the people I’ve loved didn’t love me back.

You, depois de vista a primeira temporada, já me tinha conquistado ainda sem ter lido uma única página. Narrado na primeira pessoa, Joe Goldberg é o sociopata literário favorito do momento e, sem brincadeiras, o meu favorito. Nunca pensei dizê-lo, mas Caroline Kepnes criou uma personagem tão real que é assustador ver como nos prende num jeito... agradável? Joe não tem papas na língua, ou melhor, na mente. Porque se ele é uma pessoa afável para aqueles que o rodeiam, para nós que escutamos cada pensamento, ele é bem diferente. 

Em todos os três livros, Kepnes escreve num ritmo rápido e compassado, como são os nossos pensamentos e acabamos absorvidos na mente de Joe. O que mais me agradou até ao momento é a crítica social feita nas entrelinhas com referências constantes à Cultura Pop, ao uso e abuso das Redes Sociais e, acima de tudo, às grandes e pequenas hipocrisias da sociedade actual que nos obrigam a reflectir sobre os nossos próprios actos. 

Joe vem enfatizar tudo o que de errado há na nossa sociedade - não só com as suas observações sobre o mundo que o rodeia, mas especialmente com tudo o que ele próprio representa. Sim, estamos a falar de uma personagem que é um assassino em série, mas também um retrato da imagem de homem ideal para muitas pessoas: branco, alto, charmoso, culto e EXTREMAMENTE amável. Joe representa também a face da sociedade patriarcal em que vivemos onde as mulheres necessitam da protecção e zelo de um homem mesmo quando elas não desejam esse tipo de relação - o que para Joe significa mostrar-lhes, mesmo que recorrendo à força, o quão erradas elas estão. Para melhor conhecer as suas paixões, ou vitimas, Joe usa e abusa das redes sociais e, como todos nós, acede à vida intima destas pessoas. Contudo, Joe Goldberg não se limita a fazer gosto. Ele analisa ao pormenor cada fotografia, frase e tira ilações, constrói castelos no ar e cria uma narrativa que lhe permite chegar ao coração destas mulheres. Joe chama-lhe amor. 

We don't come from places. We come from time. 
From traumatic moments that cannot be undone.
 
 
 
 
The iPhone killed romance and turned us all into lazy, nasty stalkers...
 

Para quem considera que estes livro se tratam de romances, desenganem-se. A realidade da existência de pessoas como Joe é aterradora. Kepnes fez um bom trabalho para prender o leitor, mas acredito que estes livros também servem de alerta à realidade em que vivemos.

Desta forma, esta minha opinião acaba por se aplicar aos três livros [You, Hidden Bodies e You Love Me] e, embora não tenha sentido muita ligação com Hidden Bodies (em grande parte com personagens como Forty e a própria Love] tenho que admitir que possivelmente isso se deve ao facto de não me identificar com as mesmas e não com a escrita de Kepnes ou o enredo construído. Assumo que até ao momento o primeiro volume foi o meu favorito, mas estou desejosa de ler o quarto livro. E nem sou miúda para leituras de sagas!

Quem já leu? 

Algum de vós já viu a série? Aqui ficam os trailers das duas primeiras temporadas.

You - 1ª Temporada


 

You - 2ª Temporada


 

You - Sinopse: Uma jovem atraente e aspirante a escritora entra na livraria em East Village onde Joe Goldberg trabalha. O seu interesse imediato por esta mulher leva-o a pesquisar no Google o nome que consta no cartão de crédito que ela usa para pagar. Trata-se de Guinevere Beck, e Joe constata que na cidade de Nova Iorque há apenas uma pessoa com aquele nome.

Guinevere utiliza incessantemente as redes sociais, o que permite a Joe ir descobrindo os detalhes mais íntimos da vida dela: é simplesmente Beck para os amigos, frequentou a Brown University, mora na Bank Street, nessa noite irá a um bar em Brooklyn - o lugar perfeito para um encontro casual.

À medida que Joe vai controlando a vida de Beck, de forma obsessiva e sem que ninguém se aperceba, ele vai removendo os obstáculos que se interpõem entre ambos e faz tudo para que ela caia nos seus braços - mesmo que isso implique matar.

Um thriller arrebatador, com suspense permanente e de leitura compulsiva, já comparado aos melhores livros do género e muito elogiado por Stephen King.

Hidden Bodies - Sinopse: Corpos ocultos: eis uma coisa que não é estranha para Joe. nos últimos dez anos, ele, que tem pouco mais de trinta, enterrou quatro corpos, danos colaterais da sua busca pelo amor. Mas agora, enquanto se dirige a Los Angeles, a cidade das segundas oportunidades, está determinado em deixar o passado para atrás.

Em Hollywood, Joe passa completamente despercebido: encaixa de forma perfeita naquele ambiente. Come guacamole, trabalha numa livraria e alimenta um flirt com uma vizinha jornalista. No entanto, se os outros estão focados em si próprios, Joe não consegue parar de olhar por cima do ombro. O problema dos corpos ocultos é que nem sempre permanecem… ocultos. Emergem, como pensamentos terríveis, multiplicam-se, ameaçam destruir o que Joe mais quer: o verdadeiro amor. E quando ele o descobre, numa escura sala da Soho House, está mais desesperado do que nunca por manter o segredo bem enterrado. Joe não quer magoar a sua nova namorada - quer ficar com ela para sempre. Mas se ela descobrir o que ele fez…

You Love Me - Sinopse: Joe não está mais interessado em cidades. Chega de ruas sujas e posers, acabou com Love. Agora, ele cumprimenta a natureza, os prazeres simples de uma ilha aconchegante no noroeste do Pacífico. Pela primeira vez em muito tempo, ele consegue respirar.

Ele arranja emprego na biblioteca local - já que sabe uma ou duas coisas sobre livros - e é onde a conhece: Mary Kay DiMarco. Bibliotecária. Joe não se intromete; ele não ficará obcecado. Ele vai conquistá-la à moda antiga: fornecendo um ombro para chorar, uma mão amiga. Com o tempo, eles curarão as suas feridas e começarão o seu feliz-para-sempre nesta cidade adormecida.

O problema é que Mary Kay já tem uma vida. Ela é mãe. Ela é uma amiga. Ela está ocupada.

O amor verdadeiro só pode triunfar se ambas as pessoas estiverem dispostas a abrir espaço para a coisa real. Joe limpou o seu convés. Ele está pronto. E, felizmente, com o seu incentivo e apoio eterno, Mary Kay fará a coisa certa e abrirá espaço para ele.

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