Misery - Stephen King

10:18 da manhã

No décimo segundo ano, um professor de Técnicas de Tradução de Inglês passou uma pequena parte do filme Misery numa aula, para fazermos um exercício de escrita do qual já não me recordo. Na altura, tentei esquecer a visualização porque não gosto de ver filmes antes de ler os livros. Stephen King foi arrumado num canto da minha mente a aguardar que estivesse pronta para agarrar no livro.

Sou uma mariquinhas no que toca à leitura de livros relacionados com forças sobrenaturais, não tenho problema nenhum em admitir. O que me chamou à atenção em Misery é o facto de se tratar de uma história simples em que não tenho de me preocupar com a aparição de nenhum poltergeist (vá, o Peeves do Harry Potter não conta!).

Misery conta a história de Paul Sheldon, famoso escritor de uma saga de romance/aventura e que decide matar a personagem principal - Misery Chastain. Antes de publicar o livro, Paul tem um acidente de carro durante uma tempestade de neve no meio do Colorado onde as suas pernas são esmagadas, mas é salvo por Annie Wilkes uma mulher cheia de força, enfermeira e a sua fã número um. Quando Annie descobre que Misery morre no último livro da saga, revela-se como uma mulher atormentada que irá dificultar a recuperação de Paul até que ele reescreva o livro.



I am in trouble here. This woman is not right.


Quantos de nós não quisemos já poder entrar na mente nos nossos escritores favoritos, tê-los por perto, observar o processo criativo e mandar bitaites sobre o rumo que uma história deve tomar, principalmente se a mesma for uma saga? (Confissão preocupante do dia?)

In a book, all would have gone according to plan... but life was so fucking untidy — what could you say for an existence where some of the most crucial conversations of your life took place when you needed to take a shit, or something? An existence where there weren't even any chapters?

A escrita de Stephen King é avassaladora, de visualização precisa e agarrou-me à história com tremenda facilidade. Com os pensamentos altos de Paul Sheldon a interromperem o narrador, a agonia e o medo andam de mãos dadas ao longo da narrativa e é difícil não sentir arrepios nos momentos mais intensos. Não é isso que procuramos numa história? Sentir o mesmo que os personagens que seguimos?

Writers remember everything...especially the hurts. Strip a writer to the buff, point to the scars, and he'll tell you the story of each small one. From the big ones you get novels. A little talent is a nice thing to have if you want to be a writer, but the only real requirement is the ability to remember the story of every scar.
Art consists of the persistence of memory.

 Foi a minha primeira leitura que fiz deste autor que recebeu 5 estrelas no Goodreads e que me deixou sedenta por mais. E se me confessei mariquinhas uns parágrafos acima, confesso também que um dos audiobooks adquiridos nos últimos tempos foi Carrie. Não sei se o conseguirei levar até ao fim, mas li tão bons comentários que estou disposta a enfrentar os meus medos e dar uma oportunidade a esta faceta de King.

He had discovered that there was not just one God but many, and some were more than cruel — they were insane, and that changed all. Cruelty, after all, was understandable. With insanity, however, there was no arguing.

Já leram Misery ou outro livro de King? Querem deixar alguma dica de próximas leituras?

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1 comentários

  1. Nunca li nada de King, mas algo me diz que vou ler em Maio ;)
    R: Aposto que vais gostar do Frankenstein! :D Apesar de não gostar muito de clássicos, tenho de dizer que deu que pensar
    Beijinhos

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