Cuba Libre - Tânia Ganho

11:33 da manhã

 


Título: Cuba Libre

Autora: Tânia Ganho

Edição: Oficina do Livro
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 ★★★

Desde pequena que tenho muita curiosidade em ir a Cuba. A música em especial é o que mais me encanta. Isto porque o meu Pai tinha por hábito ligar a aparelhagem aos fins-de-semana e a música cubana fazia parte do reportório do nosso DJ de fim-de-semana.

 Ouvi falar muito da Tânia Ganho por causa do livro Apneia. Quando saiu, foram vários os blogs e as publicações de Instagram que deram a conhecer a publicação do mesmo. Tenho por hábito investigar um pouco sobre as obras dos autores antes de adquirir um novo livro e encontrei Cuba Libre. Aliás, a Tânia Ganho já tem uma carreira literária vasta antes de publicar o Apneia e fiquei curiosa por nunca ter ouvido falar nela. Verdade seja dita, a culpa é minha porque uma vez mais relembro que sou ávida leitora de publicações norte-americanas. Continuo a querer ler mais autores portugueses, em especial mulheres e não hesitei em comprar o Cuba Libre por esse mesmo motivo.

A Madeira é agreste e eu sou como ela, de arestas espetadas onde as pessoas tropeçam e se magoam. Não tenho paisagens de areia fina, não sou suave, nem macia, nem balsâmica. Sou dura e pedregosa, vulcânica e traiçoeira, e devia ter um cartaz a avisar: PERIGO-FALÉSIA.

Pus de lado todas as outras leituras que estão em espera e quando o recebi em casa, comecei a ler. Infelizmente, o livro não me cativou como esperava e demorei cerca de um mês a terminar a leitura do mesmo. A premissa está lá: a Tânia Ganho dá enfase aos detalhes que nos transportam para o Portugal dos anos 90 e 00 - as coca-colas, as revistas para adolescentes, a Vanessa Paradis, a Britney Spears, Backstreet Boys, entre outras vedetas; os cinemas Castello Lopes e o Austin Powers, o Luís Represas, o Nobel do José Saramago e por aí fora. Mas é aqui o meu principal problema com este livro. Parece um relato destas décadas e não um enquadrar do mundo de Clara, a personagem principal. 

E carisma é personalidade. Que o digam os ditadores deste mundo.

A ideia está mesmo presente e o que me frustrou nesta leitura foi o facto de perceber o que queria ser transmitido com a história, mas sentir que o objectivo nunca é alcançado. Não consegui criar nenhuma empatia com a Clara e, a maior parte do tempo, detestei-a. Senti da parte da personagem uma vontade grande em diminuir o sexo masculino a traidores a tempo inteiro e sem escrúpulos. 

A escrita é simples e leve, mas considerei que o trabalho de edição não foi bem feito dado que temos capítulos que se passam em Cuba, outros em Lisboa, Funchal e até em Paris; mas a meio do livro, os capítulos eram todos intitulados de Cuba 1994, mas apenas o primeiro parágrafo era passado em Cuba e os restantes retratavam a vida de Clara em Lisboa ou no Funchal. Isto por vezes confundiu-me. Desiludiu-me pelo facto de que senti que o livro em nada estava relacionado com Cuba, mas maioritariamente com Lisboa.

Ainda assim, quero dar outra oportunidade à escrita da Tânia Ganho. Apesar de tudo, criei uma playlist para o livro que pode ser ouvida aqui.

  ★★★

Sinopse: Como é que alguém pode saber o que se passa dentro da cabeça de uma mulher que foi educada para fugir à tentação?

Uma mulata de cabelo rapado à beira de uma piscina, numa madrugada em Cuba. Um homem vindo de Bruxelas, na véspera de um casamento. Uma relação de sete anos e o medo do escândalo, numa terra de «gente austera e devota». Duas ilhas estanques no meio do Atlântico. O desejo louco de libertação. Um regresso inesperado a Paris. Dez anos na vida de uma mulher de sexualidade ambígua, em busca do seu rumo no mundo.

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3 comentários

  1. Até ver o Apneia a ser partilhado, também nunca tinha ouvido falar de Tânia Ganho. Até ao momento, apenas li o livro em questão e a verdade é que fui completamente arrebatada pelo enredo e pelo ambiente retratado. Aliás, o título do livro não poderia estar mais adequado, pelo sufoco que sentimos do início ao fim.
    Que pena este não ter correspondido. De facto, a premissa é tentadora!

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  2. Cuba Libre era a minha bebida favorita quando bebia uns copos.
    Registo a sugestão literária que também parece ser saborosa e refrescante.
    Boa semana

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  3. Olá querida, tudo bem?
    Eu tenho muita vontade de conhecer Cuba, meu irmão mais velho foi no ano passado, infelizmente pegou o começo da pandemia e teve que voltar as pressas para o Brasil. Certamente é um país muito rico culturalmente, uma potência no esporte e também com praias e lugares belíssimos pra se conhecer.
    Uma pena que o livro não tenha agradado, nem sempre é o que gente espera!
    Beijos!

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