Dracula - Bram Stoker
11:18 da tarde
Título: Dracula
Autor: Bram Stoker
Edição: Vintage Classics
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★★★★☆
Dracula, por onde começar? Esta leitura demorou demasiado tempo, mas por motivos alheios à história. Talvez ainda se recordem que nesta publicação anunciei Drácula como a minha leitura de Outubro de 2020. Aqui estamos nós a falar dele em 2021. Que delícia de escrita, mas já lá vamos! A Roménia é-me um país muito querido porque fui voluntária durante dez meses numa zona rural e extremamente pobre deste país. Foi uma das grandes aventuras da minha vida e repetia tudo se pudesse voltar atrás. Como voluntária, devem calcular que a minha carteira não estava recheada, pelo que nas minhas férias, viajei à boleia pelo país e ainda dei um saltinho à Húngria. Bran foi uma das minhas paragens, onde se diz que Dracula viveu. Não é bem assim, mas claro que passei por outros castelos e zonas onde o pai dos vampiros terá morado. A Roménia é um país de cenários bucólicos e, dada a pouca industrialização, é fácil perdermo-nos na sua beleza natural. E à noite, longe das cidades, o céu é estrelado como em mais nenhum lugar em que tenha estado e não se vê três palmos à nossa frente. Não será então de estranhar que seja um país místico e que tenha dado vida a este clássico.
Once again...welcome to my house. Come freely. Go safely; and leave something of the happiness you bring.
Apesar de passado em Inglaterra, os primeiros capítulos falam-nos da Roménia e dos seus castelos perdidos nas brumas. E, embora Bram Stoker nunca tenha estado neste país ao qual chamei casa, acreditem que fez um excelente trabalho em dar vida à viagem que conduz ao castelo do Conde. Foi sem dúvida a minha parte favorita do livro e enquanto lia fiquei tão grata a Bram Stoker por me levar de volta.
Remember my friend, that knowledge is stronger than memory, and we should not trust the weaker
Entristece-me não dar cinco estrelas a esta obra porque dela retirei imensas citações favoritas e porque Bram Stoker consegue transportar-nos de forma estupenda para dentro deste cenário aterrador onde o belo e o terrível se fundem. Há no entanto momentos que aborrecem um pouco. O livro é feito de diários de algumas personagens envolvidas e de artigos de jornal e neles Bram Stoker tem uma tendência em repetir relatos. Ainda que o faça na perspectiva de diferentes personagens, como o conteúdo não é novo, acabamos por saturar-nos com a repetição do mesmo. Na caracterização de personagens secundárias, Stoker recorre ao uso de dialectos, é um ponto a favor porque enriquece a leitura, mas alonga-se de tal forma nestes diálogos que por sua vez estão a ser transcritos que dei por mim a questionar-me duas coisas: como é que estas personagens tiveram tempo para viver a aventura de forma tão intensa se precisavam passar algum tempo sentadas a escrever tudo o que se passava e será assim tão realístico que diálogos inteiros sejas postos em papel em artigos de jornais da época? É algo que terei de pesquisar. O final desiludiu-me um pouco, mas para a época em que foi escrito, parece-me que faz sentido.
There are darknesses in life and there are lights, and you are one of the lights, the light of all lights.
Com Dracula aventurei-me em mais uma Playlist Literária que, caso desejem, podem ouvir aqui.
No cinema, a escolha de filmes sobre a história do Rei dos Vampiros é vasta, mas finalmente vou poder assistir à versão de Francis Ford Coppola que me intriga há anos!
★★★★☆
Sinopse: Uma verdadeira obra-prima, Drácula transcendeu gerações,
linguagem e cultura para tornar-se um dos romances mais populares alguma
vez escritos. É por excelência uma história de suspense e horror, que
ostenta um dos personagens mais terríveis que já nasceram na literatura:
o conde Drácula, um espectro trágico e noturno que se alimenta do
sangue dos vivos, e cujas paixões diabólicas depredam os inocentes, os
desamparados, e os belos. Mas Drácula também se destaca como uma
saga alegórica de um ser eternamente amaldiçoado cujas atrocidades
noturnas refletem o lado sombrio da era extremamente moralista em que
foi originalmente escrito - e os desejos corruptos que continuam a
atormentar a condição humana moderna.
1 comentários
É um livro completamente fora da minha zona de conforto e confesso que nunca me senti tentada a aventurar-me nele. Apesar disso, é tão palpável a tua relação com a obra, que talvez lhe dê uma oportunidade
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