Wilder Girls - Rory Power

10:05 da manhã

 

Título: Wilder Girls

Autora: Rory Power

Edição: RANDOM HOUSE CHILDREN'S BOOKS
Adquirir: Bertrand Livreiros | Wook  (links afiliados)
 
Sinopse: Passaram-se dezoito meses desde que Escola Raxter para Raparigas foi colocada em quarentena. Desde que um vírus desconhecido denominado de Tox atingiu alterou a vida de Hetty e das colegas.

Começou devagar. Primeiro, os professores morreram um por um. Depois começou a infectar os alunos, tornando modificando de forma estranha os seus corpos. Agora, isoladas do resto do mundo e abandonadas à própria sorte na ilha de Raxter, as meninas não ousam vaguear para fora da cerca da escola, onde a Tox tornou a floresta selvagem e perigosa. Esperam pela cura que lhes foi prometida.

Mas quando Byatt desaparece, Hetty não descansa até a encontrar, mesmo que isso signifique quebrar a quarentena e enfrentar os horrores que estão para lá da cerca. E quando o faz, Hetty descobre que a Tox é mais do que uma doença desconhecida.
 
Opinião: 
 
★★★★☆
 
40º livro do ano, atingido o objectivo do Desafio Goodreads. Todos os livros que ler depois serão um bónus. Deve ser das poucas coisas boas de estar doente - ter tempo para ler.
 
I think I’d been looking for it all my life
a storm in my body to match the one in my head.

 
 Em 2019, quando este livro saiu, aqueles que como eu seguem milhentas contas literárias no Instagram viram a capa estampada em imensas fotografias (e a capa é mesmo muito bonita). Na altura, não senti que fosse uma leitura interessante para mim, mas este ano tão atípico despertou a curiosidade no tema: uma doença desconhecida, a obrigatoriedade da quarentena e um futuro incerto. É do que a história trata e é-nos tão próxima nos dias que correm. Acho que escolhi a altura certa para ler algo deste tipo.
 
Some days it’s fine. Others it nearly breaks me. The emptiness of the horizon, and the hunger in my body, and how will we ever survive this if we can’t survive each other? “We’re gonna make it. Tell me we’re gonna make it.
 
É um livro pesado sem a necessidade de apresentar muitas cenas violentas. O primeiro choque é apresentado na forma das deformações das raparigas infectadas que são diferentes e que nos arrepiam: dois corações, um olho perdido, uma mão cheia de escamas, guelras ou duas colunas dorsais são algumas delas. Temos aqui um antro de horrores quando vivemos num planeta que idolatra a perfeição do corpo humano. Isto não existe em Raxter. Mas a Humanidade destas estudantes permanece apesar dos horrores que vivem criados pela doença que as isolou na escola, incapacitando-as de reverem a família e amigos - no mundo lá fora onde a Tox não existe. 
 
 It’s like that, with all of us here. Sick, strange, and we don’t know why. Things bursting out of us, bits missing and pieces sloughing off, and then we harden and smooth over.

É o desaparecimento de Byatt que muda o jogo, porque como a Humanidade destas meninas permanece intacta, Hetty não consegue aceitar que a melhor amiga tenha simplesmente desaparecido e a amizade que as une obriga-a a partir em busca dela - quebra-se a quarentena. 

Byatt’s carved her initials over and over. BW. BW. BW. She does that everywhere. On the bunk, on her desk in every class we had, on the trees in the grove by the water. Marking Raxter as hers, and sometimes I think if she asked, I’d let her do the same to me.

A escrita de Rory Power é poética o que contrasta com o tema do livro e algumas descrições que vos vão arrepiar. Não é um horror típico que nos é apresentado - há cenas aterrorizantes pela atmosfera que Power pinta e pelo suspense que deixa no ar.


I miss the north side cliff and the waves below, and I miss the way the wind steals your breath like it never belonged to you in the first place.

Não dei cinco estrelas porque o final não me satisfez totalmente, mas trata-se da minha fascinação com finais em aberto o que não é bem o caso deste livro. Ainda assim, é uma leitura que recomendo.

Boas leituras!


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