O Degrau de Cima - Margarida Fonseca Santos
9:00 da tarde
Não posso começar esta publicação sem confessar que não leio Escritores Portugueses com a frequência que gostaria. Em pequena, devorava todos os livros que me punham à frente, mas à medida que fui crescendo os meus hábitos de leitura recaíram maioritariamente sobre a literatura norte-americana. Donna Tartt é a minha escritora favorita e se fizer uma pequena busca por todos os livros que já li, a maior parte são de escritores norte-americanos. Acredito que se deve em parte ao facto de ler muito em Inglês e, sejamos todos honestos, os livros em inglês são mais baratos e a Internet veio facilitar o acesso aos mesmos, especialmente com websites como Amazon, Book Depository e AwesomeBooks, entre outros. Desde que tenho estado em casa, por motivos de saúde, tenho reflectido em como a minha pilha de livros para ler cresce e na sua maioria é escrita em Inglês e não em Português.
Andei pelo site da Bertrand Livreiros e, como sou fã de contos, procurei alguns livros do género da autoria de Escritores Portugueses.
O Degrau de Cima venceu o Prémio Nacional de Conto Manuel Fonseca em 1996 e foi publicado pela Garrido Artes Gráficas em 2001. Entristece-me admitir que nunca tinha lido nada escrito pela Margarida Fonseca Santos e é uma autora com um vasto portefólio não só na literatura para adultos, mas para adolescentes e crianças.
Andei pelo site da Bertrand Livreiros e, como sou fã de contos, procurei alguns livros do género da autoria de Escritores Portugueses.
O Degrau de Cima venceu o Prémio Nacional de Conto Manuel Fonseca em 1996 e foi publicado pela Garrido Artes Gráficas em 2001. Entristece-me admitir que nunca tinha lido nada escrito pela Margarida Fonseca Santos e é uma autora com um vasto portefólio não só na literatura para adultos, mas para adolescentes e crianças.
Todas as peças do puzzle têm o seu papel, mesmo aquelas do canto, mesmo as mais aborrecidas de encaixar. Estamos sempre a refazer tudo, a redimensionar, a ajeitar, numa constante procura da solução.
Numa altura em que a Covid-19 tem deitado por terra o mundo como o conhecíamos, vários pilares da nossa sociedade têm sido afectados e a Cultura ressente-se também. E, se a nossa Cultura já conta com poucos apoios, com a crise que se avizinha (se é que não se instalou já), os Escritores Portugueses vão ser tão prejudicados quanto qualquer um de nós. E há tantos escritores nossos que são bons e em quem devemos apostar, mas sinto que em Portugal cultivamos o hábito de ler só alguns nomes sonantes e deixar o resto de lado. Somos todos um bocadinho culpados de não procurarmos conhecer outras vozes literárias que o nosso país tem para oferecer. Levanto aqui já a mão e assumo a minha culpa. Quem perde somos nós.
Seca a direito, ou quer pôr rolos?
A direito. Já chega os rolos que meteram na vida para a complicar.
Sobre O Degrau de Cima, trata-se de uma colectânea de 11 contos, 11 degraus. Margarida Fonseca Santos dá-nos a conhecer personagens do quotidiano que sobem um degrau que os leva a um novo patamar da sua vida. São degraus que alguns de nós já subimos e outros que ainda vamos subir ou já vimos alguém fazê-lo. Há histórias de amor, amizade, tristeza, desespero, alegria e medo. Degraus que fazem parte da vida de todos nós.
É que se nós pudéssemos conversar assim como nós estamos a conversar, sem nos preocuparmos se é normal ou não, se alguém tem alguma coisa a ver com isso... Mas não. Não vemos nada do que se passa com os outros. Mesmo as pessoas amigas escondem uma parte importante e que nós precisávamos saber. Depois andamos aí aflitas a pensar que ninguém sabe o que é sofrer como nós sofremos, que ninguém pode saber porque isto só nos acontece a nós.
A escrita de Margarida é simples, de leitura fácil e visualização que deixa liberdade para a criatividade do leitor dar asas à imaginação. Adorei a simplicidade com que os temas foram apresentados. Além disso, o que mais gosto na leitura de contos é de podermos ler uma história em curto espaço de tempo e não sentirmos aquela necessidade de procurar o próximo capítulo, porque não há e cabe-nos a nós leitores imaginar aquilo que ficou em aberto. Gostei em especial dos contos A Agenda e Olhando a rua.
Sabe, amor a sério é aquele que não se explica, que se sente e não se procura.
O Degrau de Cima está à venda na Bertrand Livreiros por 1€, que eu considero um preço demasiado baixo para todo o trabalho e dedicação que um autor dispensa para nos fazer chegar a sua Arte.
Este livro recebeu quatro estrelas no Goodreads e pode ser adquirido na
Da próxima vez que decidirem comprar um livro, convido-vos a dar uma oportunidade a um dos nossos Escritores e talvez fiquem impressionados!
4 comentários
Não tenho palavras para lhe dizer o quão importante foi, para mim, ler este seu post. O livro saiu em 1997, salvo erro, é um dos meus preferidos. Estas 11 histórias estão dentro de mim como se as tivesse escrito há semanas. Engraçado falar nesses dois contos, foram para mim uma escrita de afetos, de solidões.
ResponderEliminarAgradeço-lhe imenso. Como autora deste livro, mas igualmente como escritora portuguesa
Temos escritores maravilhosos, mas nem sempre lhes damos o devido valor.
ResponderEliminarAssumi o compromisso de investir ainda mais na literatura nacional e de explorar não só aquele grupo que me aquece o coração, mas também novos nomes que não figuram na minha estante, mas que acabarão por me surpreender.
Embora só tenha lido um livro da autora - Deixa-me Entrar na Tua Vida -, quero mesmo investir noutras obras. E este vai já para a lista. Obrigada pela partilha!
Boa tarde de paz, querida Mas!
ResponderEliminarAdoro desafios da Margarida. A escritora nos estimulam neurônios, enriquece a literatura, certamente. Participo há anos.
Gostei de encontrar seus escritos aqui.
Tenha um final de semana abençoado!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Fiquei com vontade de adquirir.
ResponderEliminarGrata pela partilha.
Bom fim-de-semana!
Beijinhos.