Born a Crime - Trevor Noah

1:49 da tarde

Título: Born a Crime | Sou um Crime
Autor: Trevor Noah
Edição Portuguesa: Tinta da China
Adquirir: Bertrand Livreiros | Wook  (links afiliados)


Sinopse:

Actualmente, Trevor Noah é o apresentador do The Daily Show, um dos rostos mais famosos da televisão americana e um humorista reconhecido em todo o mundo. Mas no dia em que nasceu era um crime - ou seja, era filho de mãe negra e pai branco. Para manterem uma relação inter-racial e para criarem este filho, os pais de Noah desafiaram as leis do Apartheid na África do Sul.  

Opinião:

Sou fã do Daily Show ainda era apresentado pelo Jon Stewart e o Stephen Colbert ainda era correspondente do mesmo. Quando o Trevor Noah foi anunciado como o novo apresentador e produtor executivo, eu fiquei muito triste pelo simples facto de que o Jon Stewart era o meu comediante favorito. Eu adorava as expressões dele, a forma como abordava os assuntos sérios e como me fazia compreender as notícias norte-americanas sem que parecesse uma seca. Pensei "nunca mais vai ser o mesmo programa". E estava certa, mas não da forma que pensava. Não contava era gostar tanto do Trevor Noah. Não gosto mais nem menos do que do Jon Stewart. São diferentes, mas ambos me arrancam gargalhadas, e é esse o factor que para mim diferencia o Daily Show de outros programas. Para mim, nem o Late Show do Colbert é tão bom!

Com a pandemia e consequentemente com a minha doença, ficar em casa tem-me feito estar mais atenta ao que se passa em Portugal e no resto do mundo. Para além disso, já não passo semanas sem ver o Daily Show. Antes não havia tempo.

Após um dos episódios, o YouTube sugeriu-me um video de stand-up do Noah Trevor e ri tanto, que vi mais e mais. Até que decidi, que estava na altura de ler o livro. Ao ver que o audiobook em inglês é narrado pelo próprio, nem pensei duas vezes em adquirir. O narrador é sempre um factor importante num audiobook. Eu tive uma óptima experiência ao ouvir o Heartburn, narrado pela Meryl Streep - a história não me fascinou, mas a narração é sensacional; e desisti de ouvir o To The Lighthouse narrado pela Nicole Kidman porque a entoação me dava sono - não passei dos primeiros quinze minutos.

We tell people to follow their dreams, but you can only dream of what you can imagine, and, depending on where you come from, your imagination can be quite limited.

Com muita animação, Trevor Noah explica como nasceu da união entre uma mulher negra e um homem branco durante o Apartheid, como cresceu sem ser branco ou negro, mas de cor, "colored", na África do Sul.

Language, even more than color, defines who you are to people.

Uma das coisas que mais me tocou, foi a dedicação da mãe a Trevor e do prórpio à mãe. Sempre às turras, mas com os corações cheios de amor e carinho um pelo o outro. Filho de Patricia, aos domingos era obrigado a ir a três igrejas diferentes e tentava sempre contornar a crença da mãe com explicações mais plausíveis que a mesma não aceitava. Cresceu a ver os abusos do padrasto à mãe num país em que a violência doméstica era vista como uma questão familiar e não criminal e ainda assim aceitando as decisões que a mesma tomou depois da primeira vez que Abel a maltratou. E quando não conseguiu conviver com esta questão, Trevor saiu de casa com a benção de Patricia que sempre acreditou que o filho ia quebrar o ciclo de pobreza a que as famílias Sul Africanas se resignam. Teve fé nele como ninguém.

I don’t regret anything I’ve ever done in life, any choice that I’ve made. But I’m consumed with regret for the things I didn’t do, the choices I didn’t make, the things I didn’t say. We spend so much time being afraid of failure, afraid of rejection. But regret is the thing we should fear most. Failure is an answer. Rejection is an answer. Regret is an eternal question you will never have the answer to. “What if…” “If only…” “I wonder what would have…” You will never, never know, and it will haunt you for the rest of your days.

Em 2020 foram poucos os livros a que dei cinco estrelas e Born a Crime é sem dúvida uma leitura obrigatória não só pelas questões raciais que aborda, mas pelo exemplo de vida tanto de Noah como da mãe.

I was blessed with another trait I inherited from my mother, her ability to forget the pain in life. I remember the thing that caused the trauma, but I don't hold onto the trauma. I never let the memory of something painful prevent me from trying something new. If you think too much about the ass kicking your mom gave you or the ass kicking that life gave you, you’ll stop pushing the boundaries and breaking the rules. It’s better to take it, spend some time crying, then wake up the next day and move on. You’ll have a few bruises and they’ll remind you of what happened and that’s ok. But after a while, the bruises fade and they fade for a reason. Because now, it’s time to get up to some shit again.
 
Já agora, um pequeno aparte, para quem não conhece mas gosta de stand-up, estou grata ao Trevor Noah por me ter dado a conhecer a Dulcé Sloan. Se tiverem curiosidade, vejam este vídeo dela no YouTube, não se vão arrepender.



Boas leituras!


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10 comentários

  1. Já aqui cheguei.
    Recebido pelo Trevor Noah obviamente é para ficar.
    Bjs desde Macau

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  2. Olá


    Adorei e vou ficar também.


    Beijos
    Ani

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  3. Olá,
    Gostei do que foi relatado. Cá vou seguir
    Beijos
    Lua Singular

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  4. A vida real dá, muitas vezes, grandes histórias. Parece ser o caso. Fiquei de olho :) Grata.

    Beijinhos.

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    Respostas
    1. É mesmo muito interessante e sem ser uma leitura pesada. :)

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  5. Amei este livro! Tenho uma grande admiração pelo Trevor Noah e foi mesmo especial embarcar nesta viagem tão intensa, tão emocional e com tanto humor. Há passagens muito duras, mas que vamos conseguindo gerir pela forma como as aborda e isso só pode ser um dom.
    Também lhe atribui 5 estrelas e recomendo-o a toda a gente. Será um dos livros do meu ano - e da minha vida, em boa verdade

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  6. Gostei do seu blog.
    Agradeço a gentil visita.
    Um carinhoso abraço
    Verena.

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