Frankenstein - Mary Shelley

10:14 da manhã

Nothing is so painful to the human mind as a great and sudden change.

Não sou uma leitora frequente de clássicos, mas já li bastantes que guardo no coração. Há muito tempo que tinha o Frankenstein na minha lista e este ano ofereceram-me o livro no meu aniversário. Na Grécia (numa Era Pré-Covid, parece que já lá vão dez anos).

 There is something at work in my soul, which I do not understand.

Para quem não sabe, tal como eu não sabia até ler o livro, em 1815 o Monte Tambora na Indonésia entrou em erupção e o fenómeno foi de tal forma violento que o hemisfério norte em 1816  não teve um verão normal. As poeiras lançadas para a atmosfera, bloquearam a luz do sol. Impressionante, não? Mary Shelley, na altura Mary Godwin, passava férias no Lago Léman com Percy Shelley (o seu futuro marido), Lord Byron e John Polidori. Obrigados a ficarem trancados em casa durante alguns dias devido ao ambiente que se vivia com as poeiras no ar. Uma espécie de confinamento como o que vivemos em 2020. Foi então que os amigos decidiram ver quem escrevia a história de terror mais assustadora e daí nasceu Frankenstein. Fun Fact: inspirado em O Fragmento de Byron, alguns anos depois Polidori viria a escrever O Vampiro (The Vampyre).

The companions of our childhood always possess a certain power over our minds which hardly any later friend can obtain.

Demorei mais do que o previsto a ler um livro com duzentas e poucas páginas (mas com letras pequeninas, ok?). Escrito numa estrutura de Boneca Russa, o livro começa com as cartas de Robert Walton para a irmã enquanto está ao comando de um navio que busca uma passagem para o Pólo Norte, fica preso no mar congelado e avista ao longe a "criatura" que viaja num trenó. Quando o mar se agita, o navio prossegue viajem e pouco depois encontram Victor Frankenstein quase morto. Ao cuidado de Walton, Frankenstein recupera e conta a história dele e do "monstro" que criou. É um início lento e até um pouco aborrecido, sou-vos sincera. Shelley tem uma escrita poética e as descrições são maravilhosas, o que contrasta com a história grotesca que nos aguarda quando a leitura ganha movimento.

Beware; for I am fearless, and therefore powerful.

Tinha as expectativas muito altas para Frankenstein e lamento dizer que me desiludiu. A história e a sua mensagem são muito interessantes. Acho que quem lê não consegue ficar indiferente à injustiça em que o "Monstro" vive - apesar da sua bondade, é julgado pela aparência o que o revolta e o torna num verdadeiro monstro. É interessante analisar do ponto de vista em que a sociedade corrompe e é isso que lhe acontece - ao tentar integrar-se no mundo dos homens é de imediato julgado por ser diferente e torna-se um pária.

I do know that for the sympathy of one living being, I would make peace with all. I have love in me the likes of which you can scarcely imagine and rage the likes of which you would not believe. If I cannot satisfy the one, I will indulge the other. 

A escrita é muito elegante e enchi o livro de post-its (eu não escrevo nem sublinho livros, colo post-its para marcar as minhas passagens favoritas). Há frases muito bonitas e isso foi um ponto a favor. O facto de ser um livro quase tão lírico como um poema.

Life, although it may only be an accumulation of anguish, is dear to me, and I will defend it.

Se conseguisse, no Goodreads daria uma pontuação de 3.5, mas não sendo possível pontuei com 3 estrelas. Ainda assim, criei uma banda sonora no Spotify e à qual podem aceder aqui.

"Man," I cried, "how ignorant art thou in thy pride of wisdom!"

Se ainda não têm o livro, podem adquiri-lo na Bertrand Livreiros e se usarem o meu link estão a apoiar o blog, pelo que fico muito grata!
 
Já leram o livro? Partilhem comigo a vossa opinião!

Boas leituras!

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