The Bell Jar - Lisboa - Toulouse - Carcassonne

4:43 da tarde

I lay in that tub on the seventeenth floor of this hotel for-women-only, high up over the jazz and push of New York, for near unto an hour, and I felt myself growing pure again. I don't believe in baptism or the waters of Jordan or anything like that, but I guess I feel about a hot bath the way those religious people feel about holy water.

Esta aventura começou no dia em que não consegui apanhar o voo para a Madeira. Vou contar-vos do inicio, que esta história merece.

Ora, decidi que pelo meu aniversário, iria à Madeira. de 07/02/18 a 12/02/18. O plano estava em marcha, tudo tratado como mandam as regras: voos, hotel e carro para me perder pelas estradas imensas e que exigem um ponto de embraiagem apurado. Nada poderia correr mal.

Dia 06/02/2017 saí de carro aqui do fim do país, que é como quem diz do Algarve, e meti-me a caminho de Lisboa, já que o meu voo saía da capital às 8:00 da matina (isto dói!, mas vai valer a pena, pensei eu para os meus botões.).
Toda contente, fiz check-in no Inspira Santa Marta Hotel e tratei de desfazer o mínimo possível da mala, para de madrugada ser só lavar os dentes e pôr-me a "andar" para o aeroporto. Nada podia correr mal. Quer dizer, já se tinham ouvido um bitaite ou outro de que o tempo não estava famoso lá para a Madeira, mas nada indicava o que estava para vir. Descansada da vida, fui ainda experimentar um hambúrguer fantástico ao Prego da Peixaria no Saldanha. Aconselho-vos a darem lá um saltinho. a decoração é tão deliciosa quanto as batatas-doce fritas. Mas vão cedo! Quando cheguei estava vazio e quando o meu hambúrguer de salmão e algas chegou, já não havia mesa. Não conhecia e foi uma agradável surpresa.

Na manhã seguinte começou aquilo a que irei chamar de agora em diante a Saga. Cheguei ao aeroporto a horas desumanas, porque ninguém merece acordar às 5 da matina para apanhar um avião, mas há que o fazer por amor àquela sede de viagens a que se gosta de chamar Wanderlust e que é uma doença crónica da qual sofro. Ora, o meu voo partia às 8:00 e antes disso já me encontrava em na porta de embarque com um sorriso amplo de vez em quando interrompido por um bocejo incomodativo. E então a TAP informou que tínhamos de aguardar uns minutos. Às 9:00 anunciou o cancelamento do voo. Bem, a dor corcomeu-me por momentos, mas corri de malas e casaco para o balcão para ver o que havia a fazer. O voo foi remarcado para as 19:00.

Ora, há que ver o lado positivo da coisa e eu até queria ver a exposição do Escher, pelo que lá voltei costas ao aeroporto e rumei ao Museu de Arte Popular para me encontrar com aqueles quadros fantásticos. Se tiverem oportunidade, aproveitem a exposição até ao dia 28/05/2018. Apesar do museu ter sido invadido por inúmeras turmas escolares que não sabem como é bonito apreciar a arte em silêncio, levei o meu tempo a percorrer os quadros. E que delícia!

Com uma pausa para almoço (já tardio pois, saí do museu quase às 16:00), apreciei um salmão delicioso no TimeOut Market. De barriga cheia e com a cultura ainda mais apurada, lá rumei de volta ao aeroporto onde, mal pousei os pés na entrada, o meu segundo voo foi cancelado. A saga continuou!

Depois de mais de uma hora numa fila, de reclamações minhas e de outros tantos apresentadas, fui confrontada com o facto de que não conseguiria voar para o destino no curto tempo de férias que tinha reservado para o meu aniversário. 

Por breves instantes tentei apaziguar a minha alma com o facto de ter gasto dinheiro para celebrar o meu aniversário e de tudo ter sido em vão. E depois, por não estar sozinha (até muito bem acompanhada, devo acrescentar.) procurei uma alternativa. Há muito que desejava visitar Toulouse e Carcassonne e aí está que, ainda no aeroporto, marquei voo para a manhã seguinte. 

I took a deep breath and listened to the old brag of my heart. I am, I am, I am.

Restou marcar dormida para aquela noite, já que o dia não me havia permitido descanso algum. Não sei se já ouviram falar no WC Beautique Hotel Lisboa. Se já conhecem, fantástico, se não experimentem, nem que seja, como eu, por uma noite. O conceito (tendo em conta que trabalho em Hotelaria) deixou-me boquiaberta e devo acrescentar que para além do conforto, me apaixonei pelos uniformes das recepcionistas!  

Assim, com um dia de atraso, dia 08/02/2018 lá embarquei para Toulouse! Quem me conhece, sabe que gosto de ter uma lista de locais a visitar quando vou a algum lado, mas nesta viagem, dada a aventura inicial, decidi "deixar a coisa fluir" e não pesquisei nada.

Nunca havia estado em França e sabia que o Inglês não me ia safar. Para grande espanto meu, o Espanhol pode ser uma alternativa. No meu caso, por vezes safou-me.

O que ver em Toulouse:

O tempo estava chinfrim (é mesmo a palavra certa). Frio e chuvoso. Como qualquer turista detesta. Depois de pousar as malas no Hotel, deixei-me encantar no centro de Toulouse. Caríssimos, e não é maravilhosa a cidade cujo centro tem quase tantas livrarias quanto pessoas? Acreditem ou não, esta que vos escreve não entrou em nenhum. 10 points for autocontrol. Ah, pois! A Câmara Municipal e Teatro (Capitole) é um edifício majestoso e foi esse o ponto de partida para a descoberta daquela que é a primeira cidade francesa que visitei.

Cathédrale St-Étienne: Encontrei a catedral em completo silêncio. De vez em quando entrava um ou outro visitante, mas maioritariamente tive a oportunidade de a explorar sem perturbações. Os detalhes são muitos e os vitrais maravilhosos. Confesso-me aqui fã de vitrais.

Basilique Saint-Sernin: O que me atrai nas Igrejas é maioritariamente a arquitectura. A basílica deixa qualquer um boquiaberto com o requinte de cada uma das imagens e outras obras sacras. Há um custo para visitar a cripta onde está enterrado o primeiro bispo de Toulouse. 
Les Jacobins: É pecado falhar a visita ao convento e museu dos Jacobinos. Dediquei-lhe no mínimo uma hora e meia. De uma forma, recordei o Convento de Cristo em Tomar. A Igreja estava em obras, pouco se conseguia ver. Aqui, já não encontrei a calma de St. Étienne. Há muitos turistas e alunos. Já para não falar de artistas que fazem das mais variadas obras de arte aqui expostas, musas ou objectos de estudo.

Jardin Raymond VI: Um parque não muito grande, mesmo ao lado do Museu Les Abattoirs e do Hospital de La Grave, mas onde se consegue relaxar sentado na relva quando o sol abre.

Les Abattoirs: Especialmente para os amantes da arte moderna. Passei uma hora muito inspiradora aqui. O piso de baixo estava em remodelações, mas ainda assim não tive tempo de ver tudo o que estava exposto com a atenção merecida pois cheguei ao museu uma hora antes de fechar.

Le Bazacle: A hidroelectricidade no seu melhor. O som da água é quase ensurdecedor mas é uma visão grandiosa dentro da cidade.

Jardim Japonês: A manhã do meu aniversário começou com um passeio por este pequeno mas bonito jardim japonês. O rio estava congelado, mas consegui ver carpas enormes a nadar debaixo de água. O facto de estar frio deve ter afastado a maior parte dos turistas pois o jardim estava quase deserto. Ao estilo de santuário, é pedido a quem entra que mantenha a voz baixa. Acreditem ou não, por algum tempo relembrei os meus passeios pelos jardins pacíficos de Tóquio.

Monument aux Combattants de la Haute-Garonne: Um pequeno Arco do Triunfo. Não é um monumento de passagem obrigatória para mim, mas gostei de ver.

Aeroscopia: Para os amantes dos aviões, aqui a história da aviação mundial, com grande foco na francesa claro, é o ponto de ordem. Não fica em Toulouse, mas sim perto do aeroporto. Do centro da cidade ainda se demora cerca de 40 minutos a chegar e é preciso andar cerca de 15 minutos para alcançar este museu. Nesse dia chovia e quando cheguei ao museu parecia um pequeno pinto. Aconselho a visitar num dia quente, pois o hangar é muito frio.

Do you know what a poem is, Esther?'
No, what?' I would say.
A piece of dust.'
Then, just as he was smiling and starting to look proud, I would say, 'So are the cadavers you cut up. So are the people you think you're curing. They're dust as dust as dust. I reckon a good poem lasts a whole lot longer than a hundred of those people put together.'


Onde comer em Toulouse:

L'Atelier du Burger: Um restaurante super pequenino e que serve hambúrguer de boa qualidade. O serviço é fantástico. Aconselho a irem assim que abres, às 19:30. Pouco depois de me sentar já não havia mesas livres. A comida é feita á vista do cliente e o serviço é rápido.

Duck Me: Achei um dos conceitos mais giros de fast-food. Pato com tudo. Hambúrgueres, sandwiches, baguetes. Aliás, a única baguete que comi durante o tempo que estive em Toulouse foi aqui e era deliciosa. Todo o espaço está decorado com imagens de patos, trocadilhos com patos. O pato é rei e eu adorei!

Le Parisien: Jantei aqui no meu aniversário. Este restaurante serve uma variedade grande de carnes e fazem e a sommelier é uma simpatia. A música é fantástica, o que para mim é super importante. E o meu cheesecake que serviu de bolo de aniversário estava de comer e chorar por mais. Mas, há que conter a gula, os jeans estão caros!

Grand Cafe Albert: Mesmo em frente ao Capitole, com uma esplanada ampla e um ambiente acolhedor onde se ouve o melhor Jazz e sim, se comem gauffres fantásticas acompanhadas de um chocolate quente mais do que soberbo! Divinal!

To have no yesterday, and no tomorrow. To forget time, to forgive life, to be at peace.

Aconselho a irem de Toulouse para Carcassonne de comboio, só demora 45 minutos. Contudo, ao fim-de-semana os comboios são reduzidos, o que fez com que só passasse meio dia na vila medieval. Para mim, foi pouco tempo, pois só consegui visitar o castelo. As Igrejas principais ficaram-se pelas fotografias tiradas de porta já fechada. Ainda assim, que sonho de terriola!

A cidadela é sem espaço para questão o local de passagem obrigatório. Quando a avistei, pensei em Hogwarts. Uma coisa é ver um monumento destes em fotografias, mas quando nos encontramos com ele frente a frente compreendemos muito melhor toda a fama que o rodeia. As muralhas extremamente bem conservadas, fazem da cidadela uma imagem real daquilo que pensamos ser possível ver apenas em ilustrações de contos de fadas.

The last thing I wanted was infinite security and to be the place an arrow shoots off from. I wanted change and excitement and to shoot off in all directions myself, like the colored arrows from a Fourth of July rocket.

A playlist que me acompanhou durante esta saga já está disponível aqui . Esta foi uma viagem muito especial e não poderia ter tido uma melhor aventura num aniversário.

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