The Herd - Andrea Bartz

11:09 da manhã

Título: The Herd

Autora: Andrea Bartz

Edição: Random House Publishing Group
 
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★★☆☆☆

Como muitos de vós, também eu visito vários blogues e websites literários diáriamente em busca de novos livros para ler, outros para esquecer e partilhar experiências de leitura com outras pessoas com visões diferentes das minhas. The Herd foi-me apresentado num artigo sobre thrillers ( e vocês sabem como adoro um bom thriller) com pano de fundo locais de trabalho tóxicos. A opinião de quem escreveu o artigo era tão boa que nem pensei duas vezes em adquirir o audiobook e fazer desta a minha companhia para as minhas caminhadas diárias. The Herd é o nome de um espaço de Co-Work só para mulheres, criado com o intuito de dar poder a empresas 100% femininas e cuja fama é tal que para se conseguir um lugar é preciso passar por longos meses numa lista de espera, um processo de selecção competitivo e uma mensalidade absurda. Por detrás deste projecto está Eleanor Walsh, uma CEO que transpira glamour e que é uma imagem de sucesso no mundo empresarial. Até que Eleanor aparece morta. Até aqui, thriller normal, certo? O artigo garantia que The Herd foi escrito no rescaldo da queda do movimento Girlboss e que oferecia uma perspectiva sobre o lado menos cor-de-rosa de locais de trabalho criados com base nessa filosofia feminista que tem falhado mais do que seria de esperar. Recordam-se de Sophia Amoruso e a marca de roupa NastyGirl ou o caso da falta de diversidade na Refinery29? Pois bem, a minha questão com o livro vem daí. Era sobre isso que contava ler: os bastidores de uma empresa cujo objectivo é dar poder às mulheres que fogem da imensidão de Start-ups maioritariamente masculinas, com uma mulher como chefia máxima, mas que na verdade transparece a ainda existência de tirania no local de trabalho que ainda combatemos hoje em dia abordando temas como a diversidade, o racismo, o assédio sexual, entre outros. Contava ver uma mistura de Diabo Veste Prada com o suspense e mistério mágicos da Gillian Flynn, mas não foi de todo o que aconteceu e daí a minha desilusão.

Cunt. 

Why give it all that power? 

It's just a word.

As personagens principais formam um grupo de amigas que se conhece desde muito jovens: Eleanor, Hana e Katie (estas duas, irmãs). Hana é a PR de The Herd e braço direito de Eleanor e juntas controlam quem entra neste mundo especial. Katie, por outro lado, só agora chega à cidade, depois de passar anos ao lado da mãe doente de cancro, ao mesmo tempo que escreve um livro de investigação jornalística que falha ainda antes de ser completado. Hana e Eleanor fazem-na passar pelo processo de selecção para que a sua admissão não cause suspeitas e aqui está ela: em Nova Iorque, dentro da start-up de que mais se fala e com o intuito de investigar todos os cantos deste espaço onde a confidencialidade ainda impera, apesar do mundo social em que vivemos. Serão realmente felizes e concretizadas as mulheres que partilham este espaço tão especial? E a partir daqui, nenhum capítulo acompanha o enredo como seria de esperar de um bom thriller. Não são colocadas pistas de forma subtil para que o leitor se interesse em ser o principal detective, elas caem do céu de forma repentina e por vezes com pouca coerência perante o que foi apresentado até ao momento. Assim, somos levados em safanões de informação, sem conseguirmos identificar qualquer suspeito e, quando o assassino é revelado, a acção arrasta-se sem necessidade ou interesse. 

You go through life waiting for everything to be taken away, bending over backward trying to prove your worth, driving yourself crazy trying to get everyone to like and respect you. We do it in jobs we even do it in our extracurricular lives. Fuck! Look at The Herd! Women begging for the opportunity to spend 300 dollars a month on a membership to a female only space where you are still expected to dress up and put on makeup and smile and mingle and you have to slit your wrists if you smear your lipstick or say the wrong thing or fart in the bathroom.

O livro nunca aborda de forma directa o machismo das instituições e o falso feminismo por detrás de empresas em que algumas mulheres são bem sucedidas depois de pisarem outras quantas mulheres para chegarem a essas posições e era essa a promessa: um thriller com sumo. Em vez disso, Bratz oferece um enredo sem sal e aborrecido.  O erro foi meu em não fazer como costumo e ir espreitar opiniões no Goodreads e ler a sinopse original, talvez tivesse pensado duas vezes antes de prosseguir com a leitura, mas sejamos sinceros, já todos nós comprámos livros por impulso ou aconselhados por alguém sem os analisarmos antes. Faz parte da experiência literária. 

★★☆☆☆

Sinopse: O nome da elite, espaço de coworking exclusivo para mulheres,  que se estende pela parede atrás do balcão da recepção: THE HERD, o H-E-R em roxo. As nova-iorquinoãs bem bem formadas atropelam-se para se tornarem membros desta comunidade que se orgulha de sua orientação e capacitação. Entre as esperançosas está Katie Bradley, que acabou de retornar do interior depois que uma restrição na sua pesquisa a impede de escrever o livro que planeava publicar. Felizmente, Katie tem uma cunha poderosa, graças à sua irmã Hana, uma Herder original e a melhor amiga de Eleanor Walsh, a fundadora carismática.

Como relações públicas, Hana trabalha sem parar para preparar um grande e misterioso anúncio de Eleanor que mudarà a trajetória de The Herd para sempre. Então, na noite da tão aguardada conferência de imprensa, Eleanor desaparece sem deixar rasto. São várias as teorias sobre o que fez Eleanor fugir, mas quando a polícia sugere crime, todos são suspeitos.

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1 comentários

  1. Tudo é experiência. Em alguns casos, para sabermos o que não repetir. Mas custa, sobretudo, quando a premissa é tão interessante e promissora :/

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