The Handmaid's Tale - Margaret Atwood

12:00 da tarde

Título: The Handmaid's Tale | A História de uma Serva

Autora: Margaret Atwood

Edição Portuguesa: Bertrand Editora
Adquirir: Bertrand Livreiros | Wook  (links afiliados)
 
Sinopse: Uma visão marcante da nossa sociedade radicalmente transformada por uma revolução teocrática. A História de Uma Serva tornou-se um dos livros mais influentes e mais lidos do nosso tempo.
Extremistas religiosos de direita derrubaram o governo norte-americano e queimaram a Constituição. A América é agora Gilead, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril.
Offred é uma Serva na República de Gilead e acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher. Pode ir uma vez por dia aos mercados, cujas tabuletas agora são imagens, porque as mulheres estão proibidas de ler. Tem de rezar para que o Comandante a engravide, já que, numa época de grande decréscimo do número de nascimentos, o valor de Offred reside na sua fertilidade, e o fracasso significa o exílio nas Colónias, perigosamente poluídas. Offred lembra-se de um tempo em que vivia com o marido e a filha e tinha um emprego, antes de perder tudo, incluindo o nome. Essas memórias misturam-se agora com ideias perigosas de rebelião e amor.
 
Opinião: 
★★★★★




Já estava na altura! Na altura de ler esta história vibrante e de sentir que fui totalmente conquistada por Atwood. Esta é a terceira obra que leio da autora e à terceira é de vez! Margaret Atwood tem uma flexibilidade com as palavras e constrói frases e parágrafos inteiros que nos tiram o fôlego. É uma mestre da literatura contemporânea e merece ser lida. The Handmaid's Tale é um daqueles livros que demorei a ler só para apreciar cada capítulo com toda a atenção de que a escrita da autora é merecedora. E estou certa que aqueles que já leram, concordam comigo.
 
Nolite te bastardes carborundorum.

Outro trunfo desta obra é a forma como está construída, pois só mesmo no final compreendemos a intenção da autora em escrever o dia a dia de Offred num monólogo que salta entre presente e passado. Não entrarei em detalhes para não estragar a leitura a quem como eu tenha chegado a 2020 sem ler A História de uma Serva
 
A rat in a maze is free to go anywhere, as long as it stays inside the maze.
 
Atwood foca-se na estratificação das mulheres e como elas são marginalizadas de acordo com a sua fertilidade e aparência. Existem Tias, Esposas, Filhas, Servas, Marthas, Econoesposas, e Unwomen - não-mulheres - idosas ou inférteis. Cada mulher tem o seu papel, tal como numa sociedade dividida por castas. E aquelas que não cumprem a sua missão de acordo, são castigadas.  Mas, atenção, Gilead não oprime apenas as mulheres. Os homens também são classificados e nem todos podem ser pais - este é um privilégio dos Comandantes, abaixo deles estão os Guardiões, Anjos e Olhos. Não se trata de uma história violenta sobre um futuro possível, mas sim de uma alegoria daquilo que já acontece no que toca a género, raça e classes e em como tudo pode descambar com tamanha facilidade. Um dia a nossa sociedade é como a conhecemos, no dia seguinte, ficou para trás e é impossível de alcançar.
 
You can't help what you feel, but you can help how you behave.

Num mundo em que cada vez mais assistimos a um crescer das políticas extremistas (de direita e esquerda, na minha opinião), a História de uma Serva é sobre o presente que vivemos. É uma distopia que tanto homens como mulheres devem ler e reflectir - será possível chegarmos a um ponto em que viveremos como estas personagens? E eu não digo exactamente como esta história, mas envoltos em medo e incapazes de confiar naqueles que nos são mais próximos, sem as liberdades pelas quais continuamos a lutar? 
 

The moment of betrayal is the worst, the moment when you know beyond any doubt that you've been betrayed: that some other human being has wished you that much evil

A autora faz-nos repensar sobre as nossas ligações pessoais com aqueles que nos rodeiam e em como as nossas acções ou inactividade representa a opressão daqueles que são qualificados como inferiores ou, até mesmo a nossa. E fá-lo de maneira brilhante.
 
We yearned for the future. How did we learn it, that talent for insatiability?

Escusado será dizer que agora pretendo ver a série, mas também ler o segundo volume "The Testaments". 

Para os interessados, criei uma Playlist para esta leitura.

Fica também aqui o trailer da primeira temporada da série, produzida pela Hulu.
 

 

Boas leituras!

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1 comentários

  1. Foi um dos primeiros livros que li este ano e marcou-me profundamente. Que história! Dei por mim a ficar sem chão várias vezes. Estou desejosa de ler Os Testamentos

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