Não posso começar esta publicação sem confessar que não leio Escritores Portugueses com a frequência que gostaria. Em pequena, devorava todos os livros que me punham à frente, mas à medida que fui crescendo os meus hábitos de leitura recaíram maioritariamente sobre a literatura norte-americana. Donna Tartt é a minha escritora favorita e se fizer uma pequena busca por todos os livros que já li, a maior parte são de escritores norte-americanos. Acredito que se deve em parte ao facto de ler muito em Inglês e, sejamos todos honestos, os livros em inglês são mais baratos e a Internet veio facilitar o acesso aos mesmos, especialmente com websites como Amazon, Book Depository e AwesomeBooks, entre outros. Desde que tenho estado em casa, por motivos de saúde, tenho reflectido em como a minha pilha de livros para ler cresce e na sua maioria é escrita em Inglês e não em Português.
Andei pelo site da Bertrand Livreiros e, como sou fã de contos, procurei alguns livros do género da autoria de Escritores Portugueses.
O Degrau de Cima venceu o Prémio Nacional de Conto Manuel Fonseca em 1996 e foi publicado pela Garrido Artes Gráficas em 2001. Entristece-me admitir que nunca tinha lido nada escrito pela Margarida Fonseca Santos e é uma autora com um vasto portefólio não só na literatura para adultos, mas para adolescentes e crianças.
Andei pelo site da Bertrand Livreiros e, como sou fã de contos, procurei alguns livros do género da autoria de Escritores Portugueses.
O Degrau de Cima venceu o Prémio Nacional de Conto Manuel Fonseca em 1996 e foi publicado pela Garrido Artes Gráficas em 2001. Entristece-me admitir que nunca tinha lido nada escrito pela Margarida Fonseca Santos e é uma autora com um vasto portefólio não só na literatura para adultos, mas para adolescentes e crianças.
Todas as peças do puzzle têm o seu papel, mesmo aquelas do canto, mesmo as mais aborrecidas de encaixar. Estamos sempre a refazer tudo, a redimensionar, a ajeitar, numa constante procura da solução.
Numa altura em que a Covid-19 tem deitado por terra o mundo como o conhecíamos, vários pilares da nossa sociedade têm sido afectados e a Cultura ressente-se também. E, se a nossa Cultura já conta com poucos apoios, com a crise que se avizinha (se é que não se instalou já), os Escritores Portugueses vão ser tão prejudicados quanto qualquer um de nós. E há tantos escritores nossos que são bons e em quem devemos apostar, mas sinto que em Portugal cultivamos o hábito de ler só alguns nomes sonantes e deixar o resto de lado. Somos todos um bocadinho culpados de não procurarmos conhecer outras vozes literárias que o nosso país tem para oferecer. Levanto aqui já a mão e assumo a minha culpa. Quem perde somos nós.
Seca a direito, ou quer pôr rolos?
A direito. Já chega os rolos que meteram na vida para a complicar.
Sobre O Degrau de Cima, trata-se de uma colectânea de 11 contos, 11 degraus. Margarida Fonseca Santos dá-nos a conhecer personagens do quotidiano que sobem um degrau que os leva a um novo patamar da sua vida. São degraus que alguns de nós já subimos e outros que ainda vamos subir ou já vimos alguém fazê-lo. Há histórias de amor, amizade, tristeza, desespero, alegria e medo. Degraus que fazem parte da vida de todos nós.
É que se nós pudéssemos conversar assim como nós estamos a conversar, sem nos preocuparmos se é normal ou não, se alguém tem alguma coisa a ver com isso... Mas não. Não vemos nada do que se passa com os outros. Mesmo as pessoas amigas escondem uma parte importante e que nós precisávamos saber. Depois andamos aí aflitas a pensar que ninguém sabe o que é sofrer como nós sofremos, que ninguém pode saber porque isto só nos acontece a nós.
A escrita de Margarida é simples, de leitura fácil e visualização que deixa liberdade para a criatividade do leitor dar asas à imaginação. Adorei a simplicidade com que os temas foram apresentados. Além disso, o que mais gosto na leitura de contos é de podermos ler uma história em curto espaço de tempo e não sentirmos aquela necessidade de procurar o próximo capítulo, porque não há e cabe-nos a nós leitores imaginar aquilo que ficou em aberto. Gostei em especial dos contos A Agenda e Olhando a rua.
Sabe, amor a sério é aquele que não se explica, que se sente e não se procura.
O Degrau de Cima está à venda na Bertrand Livreiros por 1€, que eu considero um preço demasiado baixo para todo o trabalho e dedicação que um autor dispensa para nos fazer chegar a sua Arte.
Este livro recebeu quatro estrelas no Goodreads e pode ser adquirido na
Da próxima vez que decidirem comprar um livro, convido-vos a dar uma oportunidade a um dos nossos Escritores e talvez fiquem impressionados!